O SONO, A DOR E A CULPA

Comemorações fora de hora, lógico.
A noite dormida inteirinha foi única (por enquanto, espero).
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Na sexta à noite o João pegou no sono e cinco minutos depois ele acordou aos berros, chorando sem parar.
Nada fazia com que ele parasse, judiação. Ele fazia um biquinho tão lindo... mas tinha os olhos cheios de lágrimas.
Dor de ouvido, não vale. Ninguém podia sentir, muito menos um bebezinho com 8 meses recém-completos.
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Junto com milhões (não é exagero) de sentimentos que nascem quando a gente se torna mãe, vem a culpa.
A princípio achei que fosse exclusividade minha. Mas lendo alguns blogs, revistas, percebi que é uma sensação geral.
Eu sinto culpa de tudo.
Se fico grudada o tempo todo com o JP, acho que estou mimando demais e que isso pode ser prejudicial.
Se vou à manicure, me sinto culpada por não estar esse tempo junto a ele.
Quando ele come um prato inteiro de comida, me sinto culpada por estar dando comida demais ao menino. Se ele não come, o que eu fiz de errado?
Se penso em sair com o meu marido para um jantar ou um passeio a dois, estou abandonando o rebento.
Se não saio, estou abandonando o marido.
Se deixo ele com a babá, estou sendo relapsa. Se fico com ele o tempo inteiro, estou sendo exclusivista.
Aiii parece loucura sob a ótica de quem não sente culpa.
Mas é uma sensação perseguidora, que não me deixa nem na hora do sono.
E vem em maior escala quando o filho está doente.
A culpa foi minha?